O embate diplomático de Xi Jinping e George Soros, o Presidente das sombras

A líder dos representantes, Nancy Pelosi, fez o mundo segurar a respiração por algumas horas no último 02 de agosto, ao fazer a visita fora de agenda à Taiwan. Porém, a situação gerada com esta visita coloca muito mais em jogo do que um simplista “aconteceu agora”. Observar esta situação requer algumas matizações.

Xi Jinping, desde os primeiros indícios da viagem, elevou o tom de ameaças e chegou a deixar nas entrelinhas que a China poderia interceptar o voo e até mesmo iniciar uma invasão à Taiwan. No lado americano, existia uma dupla pressão: para a desistência da viagem de Pelosi e permanência da agenda.

 

O jogo diplomático:

Xi Jinping, apostou no histórico da administração Biden, onde toda vez que confrontada, recuava e cedia espaço para o beligerante em uma falida política de apaziguamento e concessão.

Desde o início, do ditador chinês aumentou o tom do discurso e contava, aparentemente, com um recuo americano previsível. Por outro lado, há de se lembrar que, Pelosi não “responde” diretamente a Biden na hierarquia do Partido Democrata, mas sim ao chefe do Partido das Sombras[1]: George Soros.

Soros recentemente visitou oficialmente Nanci para demovê-la de sua aposentadoria e a tem como principal arma na política interna americana. Além disto, nos últimos 12 meses, Soros tem publicado diversos artigos, e em algumas oportunidades mirando em Xi Jinping diretamente, elogiando o Partido Comunista Chinês e lembrando das boas relações com Deng Xiaoping, ex-presidente chinês.

Estamos as portas de uma época importante: Eleições no PCCh neste ano. Xi, vem de recentes expurgos dentro do partido, onde membros importantes somem, grandes empresários desaparecem e a repressão aumenta a cada dia. Há analistas e observadores internacionais que reputam que o último lockdown em Xangai, no primeiro semestre de 2022, tenha sido também um recado para a cidade lembrar quem manda no país.

A expectativa é que Xi seja alçado a um terceiro e inédito mandato, algo que está causando rebuliço e guerras internas no PCCh. Este contexto interno da situação política dentro da China é muito relevante pra observarmos o quadro como um todo.

Xi Jinping fez, creio eu, o que todos fariam eu seu lugar: subiu o tom e esperou a vergonha americana ser paga mundialmente, como aconteceu recentemente na retirada de tropas do Afeganistão, bem como na invasão da Rússia à Ucrânia. Porém, desta vez ele tinha pela frente uma general do Partido das Sombras. A situação faz com que, até o momento, Xi veja um crescimento de uma instabilidade dentro de seu partido às portas da eleição, um movimento calculado pelo lado de Soros/Pelosi e talvez até mesmo da Casa Branca em si.

Ainda é cedo para cravar uma “vitória” de qualquer lado. Xi Jinping obviamente não seria alucinado de fazer algo contra Pelosi fisicamente, mas a expectativa em si fica para os próximos meses após sua visita à Taiwan: haverá retaliação contra o povo da República da China (Taiwan)? Veremos uma escalada de provocações, aumento da fricção bélica? Até o momento tivemos exercícios militares prolongados, mas nenhuma ação mais firme que justifique um alerta maior que o costumeiro no estreito de Taiwan.

Não podemos afirmar as intenções de fundo integralmente por parte do governo americano, ainda mais com os personagens envolvidos, mas pela primeira vez em 18 meses, o governo americano tomou uma medida de força e não cedeu à política de apaziguamento.

Este fato é tão notório que, diversos representantes e senadores apoiaram a excursão de Nancy Pelosi e sua ida à Taiwan, o como o Senador Marco Rubio (Republicano – Flórida), declaarou:

 

“Eu rezo para que os líderes do Partido Comunista de #China se lembrem de conselhos antigos, mas sábios

愤怒生起时,想想后果 (“Quando a raiva surgir, pense nas consequências”)

 Podemos ter profundas diferenças políticas domésticas, mas responderemos com unidade inquebrável se ameaçados do exterior”

 

Talvez, podemos imaginar, se algo deste tipo tivesse sido feito na Ucrânia, não teríamos a agressão russa, como dito pelo Sr. Andrei Ilarianov em entrevista recente à NTD. Todavia, também é cedo para cravar um ponto final nesta “impressão” de movimento acertado. Caso a China aumente as tensões a partir de agora, qual será a postura oficial da administração Biden? Entregarão Taiwan como fizeram com a Ucrânia, passando-se por aliados?

As cartas estão na mesa e o momento é de observarmos atentamente. Mais do que termos respostas, o momento é de sabermos quais as perguntas certas a serem feitas.

[1] Para saber mais: https://livrariaphvox.com.br/os-eua-e-o-partido-das-sombras

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