O século XX e XXI transformou as pessoas de tal forma que, boa parte da sociedade age como um cidadão policial, buscando crimes de seus semelhantes para utilizá-los como escada de virtudes da sua frágil moralidade.
Isto ocorre por alguns motivos simples, mas não tão óbvios. A cada década nos últimos 120 anos, as pessoas estão com os seus pensamentos industrializados, com suas opiniões fabricadas em linhas de produção, planejadas em detalhes para que quando emitidas, o indivíduo creia piamente que tais ideias fazem parte de um pensamento nascido de sua própria cabeça, quando na verdade não passa de um produto massificado, pasteurizado que planifica a sociedade e coloca todos em uma prisão a céu aberto e sem paredes: a espiral do silêncio.
Este processo ampliado para o contexto da vida em sociedade, faz com que o individuo passe a emular comportamentos estereotipados, justamente por suas ações serem percebidas como virtudes, quando na verdade não passam de uma mentalidade de grupelho. Assim, é criado o estado psicológico do policiamento ideológico, onde o sujeito passa a perseguir todos que não atuem de acordo com as “virtudes” fabricadas, denunciado quem sair da linha. Este processo funciona como um entorpecente, cria o conforto psicológico de estar agindo do “lado certo” da história e conferindo o status de patrulheiro humanista, policial de uma sociedade melhor.
Em profundidade, pessoas agindo desta forma não passam de marionetes de engenheiros sociais, que precisam alterar profundamente os povos do mundo inteiro para implementação de suas políticas de controle de comportamento e servidão. Substituem as verdadeiras virtudes morais do cristianismo por uma emulação de padrão moral, definido a partir da falta de moralidade do materialismo revolucionário. A Igreja de Cristo é substituída pela religião do Estado, porém, sem que a vítima deste processo faça sequer ideia de que esteja militando a favor de um controle cada vez maior de seu espírito.
Assim, é criada a sociedade fascista perfeita:
Sem um líder populista e sem o esforço de substitui-lo a cada ciclo.
Sem o aprisionamento a uma pauta política ou inimigo externo, o inimigo pode estar ao seu lado, tudo depende de suas ideias.
A luta deixa de ser econômica ou pela sobrevivência, passa a ser pelo status de justiceiro social.
Todas as medidas totalitárias serão trabalhadas como manifestação de amor e cuidado com o coletivo.
Todo aquele que lutar contra este movimento, será classificado como “fascista”, pelo simples fato de não entender que o “coletivo está acima do indivíduo”.
Bem-vindos à sociedade do amor.
Gostei muito da sua reflexão, caro Paulo Henrique. Parabéns pelo trabalho.