Igualdade, fraternidade e justiça. Mais do que palavras, são utilizadas como promessas de um mundo justo e livre, onde todos serão iguais e libertos do julgo opressor. Os portadores desta mensagem, travestem-se de agentes sociais preocupados com o bem-estar da população, vestem-se de cordeiro e nunca explicitam o caráter ideológico de suas ações.
Saul Alinsky, mentor de Hillary Clinton e Barack Obama, definia este processo muito bem: Diga as pessoas somente o que elas precisam saber, não onde você deseja chegar. Caso prefira, também temos a definição de Recep Tayyip Erdoğan, “presidente” da Turquia: “A democracia é como um trem, você desce quando chega ao seu destino”.
Em várias revoluções promovidas por marxistas, a grande maioria da população não tem consciência de que está patrocinando um experimento comunista. Seja através da tomada do poder pelas armas, seja por meios eleitorais. Dois exemplos que podemos citar são Fidel Castro e Hugo Chávez, respectivamente mentor e pupilo. Fidel promoveu uma revolução camponesa armada, derrubou o governo estabelecido e declarou ao mundo que não era comunista. Hugo Chávez dias antes de vencer as eleições venezuelanas, foi à TV e disse que entregaria o cargo em 5 anos, não nacionalizaria indústrias e até mesmo classificou Cuba de seu mentor Fidel como uma ditadura.
Assim, camponeses cubanos e cidadãos venezuelanos auxiliaram os revolucionários, crentes de que estavam buscando condições melhores para si e suas famílias, um mundo fraterno, onde a igualdade seria uma premissa básica. Mas não sabiam o custo do processo para chegar a este paraíso na terra.
A liberdade de expressão, opinião e em muitos casos de ir e vir passa a ser um luxo de poucos, afinal, é preciso caçar aqueles que estão “contra a causa”. Claro que também aqueles que não são tão a favor como deveriam.
A prosperidade almejada torna-se um luxo de poucos membros do partido e campeões nacionais escolhidos pelo regime. A igualdade outrora prometida é aquela nivelada por baixo, igualdade na pobreza e na divisão de recursos definida pelo Estado. Caso algum cidadão ouse reclamar, ele estará “contra a causa”.
A família passa a ser uma coparticipação estatal, onde os filhos devem frequentar ambientes de formação “patriótica” e devoção ao líder, como tão bem-feito por Fidel, Chávez e Muammar al-Gaddafi. Os pais devem trabalhar segundo as regras do Estado para alcançar a igualde fraterna prometida. Caso algum cidadão ouse reclamar, ele estará “contra a causa”.
A religião passa a ser uma abstração e ópio para controlar as massas, a verdadeira luta está no mundo materialista. Sempre que possível, a religião será substituída por um dogma estatal controlado pelo Estado, de preferência onde o grande líder seja a divindade, como na Coréia do Norte com o Juche, a semi-religião estatal. Quando não for possível este processo, serão permitidas apenas as religiões que estejam subservientes ao Estado, como a Igreja Ortodoxa Russa. Caso algum cidadão ouse reclamar, ele estará “contra a causa”.
O livre pensamento passa a ser outro inimigo do povo. Materiais didáticos passam a serem controlados segundo a visão do regime, grandes mestres e obras do passado são proibidas. Qualquer um que tenha acesso a elas passa a ser inimigo do povo e da revolução. O único pensamento permitido é o que leva a chancela do Estado, os filósofos a serem lidos são aqueles que fundamentam a ideologia do regime. Caso algum cidadão ouse reclamar, ele estará “contra a causa”.
Assim, o pobre cidadão, camponês ou urbano, que sonhava com dias melhores para seus filhos em um paraíso com igualdade, fraternidade e justiça, acorda em um pesadelo ditatorial que abomina a liberdade, a prosperidade, sua crença, a família como base da sociedade e o livre pensamento.
O comunismo lhe prometera o paraíso na terra, porém não lhe informou que o custo era criar o inferno antes.
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Vou mais além, Paulo, o Comunismo prega o inferno na Terra. Paraíso é mera premissa imperativa.
Inferno antes…
…antes, durante e depois.