Reino Unido promove campanha de sobrevivência para a população e gera temor de guerra 

Diferente do Brasil, muitas populações pelo mundo possuem o hábito de criação de um kit básico de sobrevivência para várias situações. Todavia, quando um governo cria meios de que a população se prepare, cria temor até mesmo em cidadãos que vivem nestes países. Foi exatamente isto que o Governo do Reino Unido fez nos últimos dias.

Durante a Segunda Guerra Mundial, um dos pontos que marcaram o conflito para os ingleses, foi a admirável resiliência dos londrinos e como conviveram a intensos bombardeios da Luftwaffe, a força área alemã. Apesar de a Alemanha não ter invadido a ilha britânica, durante meses e quase todas as noites, a cidade de Londres foi bombardeada.

Os londrinos, eram obrigados muitas vezes passarem a noite nos túneis do metrô, que se tornava abrigo antiaéreo. Ao raiar do sol, todos seguiam firmes em suas atividades, trabalhos, comércios e ocupações. Isso não significava que as pessoas estavam adormecidas pela guerra, significa que apesar do temor e do fantasma nazista, era preciso que o país continuasse a funcionar e a sociedade britânica viva. Mais do que apoio mútuo, os ingleses encaravam esta postura como um recado para os alemães.

O exemplo dos ingleses, inspirou muitas cidades pelo mundo, convertendo o Reino Unido em uma força extraordinária de empenho civil em prol da defesa de sua nação. Neste período, o governo britânico passa a sugerir kits de emergência além do racionamento de alimentos, o que se converteu em aviso para tempos de guerra.

Na semana passada, o vice-primeiro-ministro Oliver Dowden aconselhou as pessoas a fazerem planos de contingência para lidar com potenciais emergências, como cortes prolongados de energia, ataques cibernéticos e inundações. Em 2023, Dowden disse que as pessoas deveriam estocar “recursos analógicos”, como velas, tochas e rádios de enrolar, para aumentar sua “resiliência pessoal”.

Desta vez ele foi além, incentivando as pessoas a estocarem comida e água suficientes para sobreviver por três dias sem sair de casa. Fontes do governo insistiram que o plano não foi projetado para criar uma nação de sobreviventes ao estilo dos EUA. Um deles disse que a intervenção de Dowden não foi feita para ser “alarmista” e foi simplesmente um conselho de “bom senso”.

Os ministros acreditam que os preparativos de cada família ajudarão a aliviar a pressão sobre os serviços de emergência ao lidar com uma crise. Eles também esperam que isso possa evitar o tipo de compra de pânico visto no início da pandemia de Covid, quando as prateleiras dos supermercados foram limpas de suprimentos básicos de itens como rolos de papel higiênico.

Dowden inspirou-se em preparativos semelhantes em países como a Finlândia, que aplica um “conceito de 72 horas” para lidar com situações em que “os serviços da sociedade são interrompidos ou mesmo interrompidos”. Apesar do eufemismo, a Finlândia possui uma vasta estrutura de contingência para a eventualidade específica do país ser novamente invadido pela Rússia, fato que ocorrera também na Segunda Guerra Mundial.

Somente em Helsinque temos cerca de 5,5 mil abrigos subterrâneos. Eles podem acomodar quase um milhão de pessoas e resistem a todos os tipos de ataques das armas mais modernas, inclusive nucleares.

Apesar do tom “não entre em pânico”, indícios mostram que o governo britânico está realmente preparando-se para algo.

Ainda na semana passada, o governo publicou o website Prepare Campaign, traduzido como campanha de preparação. Nele a população possui informações básicas de como preparar o seu kit de sobrevivência para três dias. Diversos telejornais e mídia tradicional escrita passou a publicar matérias extensas de como a população deve se preparar, os itens incluem: gerador de energia, barras de cereais, comida enlatada com longo prazo de validade, cobertores de lã, kit de primeiros socorros, purificadores de água, pilhas, rádios a pilha, power banks, máscara de gás, rádios que funcionem à corda e lanternas.

Conversei com duas fontes distintas no Reino Unido que afirmaram que de maneira uníssona, os meios de comunicação da Inglaterra passaram a promover alertas de preparação. Aliado a este fato, o primeiro-ministro Rish Sunak, adiantou as eleições previstas para dezembro para o dia 04 de julho. Uma das fontes, em contato com membros do partido conservador, alegaram haver grande probabilidade de Sunak não ser o candidato do partido, pois, segundo o próprio Primeiro-Ministro, ele não deseja ser o chefe de governo em tempos de guerra. Desta forma, pediu a dissolução do parlamento para promover as eleições antecipadas.

Ainda é cedo para cravarmos uma preparação total para um conflito, mas que no momento existem diversos sinais de preparação da população britânica para algo, isto existe.

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