A crítica marxista ao capitalismo foi substituída pela dialética negativa ainda nos anos 1960, movimento realizado principalmente pelos intelectuais da Escola de Frankfurt.
A dialética negativa consiste em encarar tudo que existe sob o aspecto negativo, onde absolutamente tudo pode ser posto negativamente no percurso político e histórico. O grande “benefício” para o indivíduo ou grupo que utiliza-se esta linha retórica é, justamente, uma pseudo autoridade moral, onde pelo simples fato de apresentar uma “análise crítica” da sociedade, passa a ser visto como um baluarte a ser seguido, mesmo que não apresente absolutamente nenhuma refutação ou argumentação que embase sua crítica. A famosa crítica pela crítica.
Esse tipo de ação, quando realizada com sucesso, começar a exercer controle sobre as massas ou grupos na sociedade e passa a criar um estado de paralisia mental e anseio por um salvador da pátria para resolver todos os problemas que somente o “crítico negativista” tem a capacidade de enxergar.
Este processo vem sendo utilizado por décadas na política, o PT nos anos 1990 era o partido da moralidade anticorrupção, ferrenho perseguidor dos “marajás” e “corruptos”, estratégia fomentada dentro do Foro de SP e exportada para outros partidos revolucionários da América Latina, processo utilizado inclusive para corrupção de muitos clérigos da esquerda católica.
O coronel da KGB, Vladimir Putin, que praticava subversão cultural no ocidente nos anos 1980 a partir da Stasi (homologa da KGB na Alemanha Oriental), hoje posa de defensor dos bons costumes e da moralidade corrompida do ocidente que ajudara a corromper.
Josef Stalin, junto de Vladimir Lenin, avançou com a corrupção moral dentro da recém-formada União Soviética, promovendo a liberação do aborto, do divórcio, da relativização da monogamia e em alguns experimentos, a utilização das mulheres como prostitutas profissionais pagadoras de impostos à revolução. Porém, ao ver no fim dos anos 1920 que a sociedade estava partindo para uma ruptura que poderia significar a queda do projeto soviético, Stalin revoga a maioria das “permissões” e passa a condená-las.
É claro que a crítica não deve ser demonizada ou muito menos abandonada. Porém é necessário identificarmos o que de fato é uma crítica correta, honesta, calcada em fatos e matizações, de um jogo retórico revolucionário chamada “dialética negativa”.
Justamente através da corrupção da linguagem e dos recursos retóricos de prateleira que a maior parte da população é ludibriada e convencida, dia e noite, a abraçar todos os ideais revolucionários.
Ignorar isto, é servir de massa de manobra da esquerda política e da revolução dos povos.