O que Lula, viagem à China, Irmãos Batista, Venezuela e Foro de São Paulo tem em Comum?
Estamos assistindo espantados a relação de convidados para a comitiva de Lula em sua viagem à China. O que mais me chamou a atenção foram os irmãos Batista da JBS. Pouco se comenta, mas em uma das operações de “campões nacionais”, utilizada como estratégia de poder no governo Dilma, a JBS também foi utilizada para socorrer a Venezuela e o então catastrófico início de ditadura de Maduro.
A JBS garantiu contratos super vantajosos junto ao governo de Maduro, que contava com o apoio dos camaradas do Foro de São Paulo para isto.
Na época, o regime estava sofrendo com a queda internacional do preço do Petróleo e ganhou a fama de mal pagador, o que gerou o desabastecimento em várias áreas do país.
Isto envolveu inclusive visitas da elite Venezuelana, intermediada por Lula, às instalações da JBS. Vou colocar abaixo, um trecho do relato em meu livro “O mínimo sobre o Foro de São Paulo” (página 95):
“Diosdado Cabello visitou o Brasil — como já relatamos acima — e um dos principais alvos de sua visita foram as instalações da JBS, acompanhado de Joesley Batista. [Cabello] chegou a declarar em seu Twitter que estava trabalhando pelo país, postando uma foto ao lado de Lula. A JBS possuía um acordo que outras empresas não possuíam: todas as vendas eram pagas em até 90 dias, isso segundo documentos elaborados em conjunto com a empresa e a estatal venezuelana Corpovex. Mais tarde, descobriu-se que este processo de pagamento da JBS envolvia o Estado brasileiro que acabou resultando em calotes e desfalque ao erário público.
Para a JBS, escolhida como campeã nacional pelo governo petista, o mercado da Venezuela tornou-se importantíssimo. Em abril de 2015 foi fechado contrato de exportação com cifras de 2,1 bilhões de dólares com o regime chavista e tornou-se responsável por quase metade da carne bovina e um quarto do frango consumido por 28 milhões de consumidores.
No ano de 2014 os valores de venda concretizado já teriam sido de 1,2 bilhões de dólares.
É importante ressaltar que entre os anos de 2003 e 2017, que compreende o período em que o PT esteve na presidência do Brasil, O Grupo J&F — que inclui as empresas JBS e Eldorado Celulose, entre outras — recebeu desembolsos do BNDES no valor total de R$ 17,6 bilhões, equivalente a R$ 31,2 bilhões em valores de agosto de 2022, ficando atrás apenas de Petrobrás, Embraer, grupo Odebrecht e Oi. Desse total histórico, foram R$ 9,5 bilhões em empréstimos e R$ 8,1 bilhões de investimento em ações da JBS e da Bertin, que posteriormente passou a fazer parte do grupo.”
Então, meus caros amigos, como observamos neste trecho do livro, é possível termos um vislumbre do potencial de negócios envolvendo esta visita à China.
A pergunta importante a ser feita: Estamos assistindo o retorno dos campões nacionais?